sexta-feira, 4 de abril de 2008

Trabalho, qualidade de vida e justiça – Elaine Reis – 15.04.2008 - Paulinia News

A qualidade de vida é assunto que hoje está nos tribunais do Judiciário brasileiro, na forma do aumento de ações trabalhistas, pleiteando danos morais por doenças adquiridas em ambiente de trabalho.
A falta de alternativas de lazer e a rotina repetitiva de trabalho têm gerado um sentimento e até o conceito de que é o trabalho e não uma rotina de vida viciada que produz inúmeras doenças. Então, as ações trabalhistas de danos morais são, em sua maioria, motivadas por doenças supostamente laborais, na opinião da autora, causando o alegado sofrimento moral motivado pela redução da capacidade ou incapacidade laborativa do trabalhador.

Exemplificando com a fibromialgia, em que a crença é de que esta era causada por movimentos repetitivos, peso e excesso de esforço, que causariam inflamações e dor, recentemente descobriu-se que tais fatores não desencadeiam a doença e que inexiste qualquer inflamação no diagnóstico da fibromialgia.
No tratamento indica-se a prática de exercícios físicos, tais como musculação.Na descrição dos fatores favoráveis ao surgimento da doença encontram-se fatores emocionais e alterações do sistema nervoso, entre outros, bem como ao fato de que está associada a um nível alto de estresse não-relacionado ao trabalho, observando-se que pode ser causada pela rotina e à ausência de lazer, contribuindo para o aparecimento dos pontos de dores.

Análise Crítica



A CULPA É MINHA!!!! QUEM MANDOU QUE EU NÃO ME DIVERTISSE????



Observa-se, no artigo um certo reducionismo... Ora, a articulista promove um olhar bem amistoso e gentil em relação às empresas. Sendo advogada, seria interessante que fossem citados os estudos científicos que promovem o entendimento de que os fatores favoráveis ao surgimento da doença estão associados a um nível alto de estresse não-relacionado ao trabalho, observando-se que pode ser causada pela rotina e à ausência de lazer, contribuindo para o aparecimento dos pontos de dores. A autora esclarece que, em muitos casos, não são as empresas ou as atividades laborais que desencadeiam doenças diversas, mas a qualidade de vida dos trabalhadores, seus hábitos e sedentarismo.
Com relação ao fato de que os empregadores poderão investir em atividades de lazer para seus funcionários, agregadas com atividades que minimizam os riscos de pagamentos de indenização ou danos, além de colocar que os trabalhadores devem estar atentos a sua qualidade de vida, investindo em lazer e atividades relaxantes, pois não será o pagamento de indenizações trabalhistas a cura para as dores, sejam físicas ou morais. Em nosso entendimento ISSO É HILARIANTE!!!! o olhar se remete novamente para as empresas e não para o indivíduo...

Um comentário:

Anônimo disse...

Nos dias de hoje, quem consegue trabalhar se divertindo e aprendendo sem se estressar prova uma sensação de realização de serena realização espiritual e se sente completamente humano. É o mesmo estado de ânimo que toma conta do artista quando este cria uma obra de arte ou do empreendedor quando fecha um novo negócio.
Diz uma máxima zen: “Quem é mestre na arte de viver, pouco distingue entre o trabalho e o lazer, entre sua mente e seu corpo, entre estudo e recreio, seu amor e sua religião. Tem dificuldade de saber o que é o quê. Persegue, simplesmente, sua visão de excelência em qualquer coisa que faça, deixando os outros decidir se está trabalhando ou se divertindo. Ele sempre pensa que está fazendo ambas as coisas”.
Infelizmente, este estado de graça não é dado a alguns trabalhadores. Mas, por sorte, a maioria dos trabalhadores desenvolve atividades intelectuais flexíveis ou totalmente criativas que, por sua natureza, admitem que trabalho, estudo e divertimento possam se mesclar na sua vida.
Henry Ford (inventor da linha de montagem), dizia: ”Quando trabalhamos, devemos trabalhar. Quando nos divertimos, devemos nos divertir. Não serve a ninguém tentar misturar as duas coisas. O único objetivo deve ser o de executar o trabalho e de ser pago por tê-lo executado. Quando o trabalho estiver concluído, então é chegada a hora do divertimento, mas não antes”.
Mas segundo Domenico De Masi (sociólogo da Universidade La Sapienza, em Roma): “Quando trabalhamos, devemos nos divertir e, quando nos divertimos, devemos aprender”.
E eu concordo com Domenico.
Aparecida C. de Sá Janiques, aluna do curso de ADMEAD, turma 02